quinta-feira, 31 de julho de 2008

OFICINA DE TEATRO (AGOSTO)


O trabalho de preparação corporal proporciona a conscientização e a integração do ator(atriz) com o seu próprio corpo por meio de técnicas específicas, que desenvolvem a intuição, a criatividade, a flexibilidade e a concetração, levando em consideração o estilo especial de cada ser no fazer artístico. a oficina é ministrada pelo ator e diretor, dêvid gonçalves o qual é coordenador artistico do grupo anexu's (salvador bahia). DEPOIS DO GRANDE TRABALHO EM 2007 A OFICINA DO CORPO CONTINUA SEUS ENCONTROS, COM O MENOR PREÇO DA CIDADE E A MAIOR QUALIDADE PARA QUEM QUER FAZER TEATRO, CONFIRA!!! INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: EM 2007 COMO FUNCIONOU? Em 2007, a oficina do corpo(TEATRO&DANÇA) funcionou no espaço xisto bahia durante os meses de Setembro a Dezembro com uma belissima mostra cênica no final da oficina. Apresentações que foram realizadas de 01 a 29 de Dezembro. Concluindo o módulo 1 da oficina (TEATRO DE CAIXA CÊNICA) realizado só em teatro fechados. Como algumas pessoas não poderam fazer a oficina, em 2008, vai ter a "SAIDERA DE VERÃO" que nada mais é que a despedida do módulo I. Quem perdeu da ultima preparação para o proximo módulo não perde agora. Pois no segundo semestre de 2008 o teatro de rua fará parte do móldulo II. SERVIÇO: O quê? OFICINA DO CORPO (TEATRO E DANÇA) Quando? Sábados e Domingos (das 10 as 14hs.) / Seg. e quartas das 18 as 21hs. Quanto? 35,00 (preço popular pagamento no 1° dia de aula) sem taxa de inscrição Local? Centro Cultural do Bispo (Centro histórico - Salvador) Realização? Dêvid Gonçalves Informaçoes e inscrições? teatrooficinadocorpo@gmail.com (71) 9605-3965 / www.oficinadocorpo.multiply.com

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sem turistas nem visitantes locais, o Pelourinho perde 150 estabelecimentos comerciais em seis meses

Portas fechadas


Alexandre Lyrio

Um dos mais valorizados patrimônios culturais da humanidade sofre pela escassez de sua principal fonte mantenedora: os turistas. No Centro Histórico de Salvador, especificamente no Pelourinho, cada vez mais restaurantes fecham as portas, pousadas estão falindo e pontos-de-venda de artesanato pedem socorro. Números não oficiais levantados pelos próprios comerciantes apontam que 150 estabelecimentos fecharam as portas nos últimos seis meses. Com as instalações vazias, os hotéis calculam uma redução de cerca de 60% na taxa de ocupação. Criado recentemente pelo governo do estado, o Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador está concluindo um amplo diagnóstico e um sem-número de projetos que prometem resgatar a cara do espaço (veja box). Este mês, foi dado um passo importante nesse sentido com o São João do Pelô, que, ao longo de 17 dias, com encerramento hoje, levou vida ao local.

Os depoimentos desanimados dos que tiram o sustento do lugar garantem que a crise independe da baixa estação. O “outono” nos negócios tem sido mais rigoroso do que nunca. No antes movimentado quarteirão da Rua das Laranjeiras, bem no centro da efusão turística do Pelourinho, a situação é grave. Nada menos do que oito estabelecimentos fecharam as portas nos últimos meses. A crise não tem poupado sequer os mais conhecidos nomes da gastronomia.

Há três meses, o Bacalhau do Firmino desistiu da sua filial. O mesmo aconteceu com o italiano La Lupa, que mudou-se para a Ladeira da Barra. O último a fechar foi o Restaurante Matuzalém, especializado em comida árabe. “Nós seremos os próximos. Estamos passando o ponto”, avisa a sócia da pizzaria Rômulo e Remo, Beatriz Riggi. Na época áurea, a casa chegou a faturar por mês algo em torno de R$45 mil. Ultimamente, tem semanas que não tira mais de R$1 mil. “Tem dias que faço três mesas. Juntas, não somam nem R$100”, calcula.

A representação local da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel-BA) ressalta que as perdas são ainda mais trágicas para os pequenos comerciantes. Os restaurantes instalados nas praças do Pelourinho estão à míngua. Além de sofrer com a ausência de turistas, também sentem a falta dos baianos. “O próprio morador local deixou de ir. A coisa está feia”, confirma o presidente da Abrasel na Bahia, José Ronaldo.

O quadro não é diferente com relação à rede hoteleira. As 15 pousadas instaladas no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, por exemplo, registram uma considerável diminuição em suas ocupações com relação aos anos anteriores. A primeira pousada a se instalar na área, a Boqueirão, nunca acumulou tantos prejuízos em nove anos. “Mesmo no Inverno, chegávamos a 60% de lotação. Este ano, houve momentos em que tive apenas um dos meus 15 quartos ocupados”, atesta o sócio da casa, o italiano Nino Cabrini.

O próprio presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Pedro Costa, revela as conseqüências que a decadência trouxe para a imagem do Centro Histórico fora da Bahia. “O Pelourinho não tem sido um destino recomendado como antes. As notícias da degradação se espalharam Brasil e mundo afora. No turismo é assim: o visitante insatisfeito não indica os locais que não lhe agradam”, explica. Os motivos mencionados para a decadência são os mais diversos, desde a desvalorização do dólar até o assédio dos ambulantes (veja box).

A falta de eventos que possam atrair movimento deixa o local vazio, propício à violência, assim como igrejas e museus fechados. O “outono” do Pelourinho já é o pior de todos os tempos. Tudo indica que o maior termômetro turístico de Salvador terá um longo e tenebroso Inverno pela frente.

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Assédio e constrangimento

Nenhum problema é tão nocivo ao Pelourinho quanto o social, apontado como o fator que mais afasta visitantes. A pobreza faz com que o assédio de pedintes e ambulantes seja extremamente negativo à imagem do lugar. Até mesmo a violência perde para o constrangimento e as extorsões que os turistas têm sofrido diariamente. “Falta fiscalização e ordenamento, mas também precisamos melhorar as condições das pessoas que moram nos entornos do Pelourinho”, diagnostica a própria coordenadora do Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador, Beatriz Lima, que promete mudanças imediatas.

Em um dos tensos finais de tarde no Pelourinho, o Albergue das Laranjeiras, que acomoda principalmente estrangeiros, teve de fechar as portas devido ao pedintes. “Eles chegaram a ponto de quase invadir o estabelecimento. Tivemos que fechar”, conta a proprietária, Patrícia Garcia. Os mesmos problemas que fazem surgir pedintes também espalham mendigos pelas ruas e atraem um mar de barracas improvisadas ao Terreiro de Jesus à noite. Mas nada é pior que o assédio. “Estamos perdendo passageiros por causa do constrangimento a que passam os turistas”, confirma o presidente da Abav, Pedro Costa.

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Crise em hotel cinco estrelas

O cinco estrelas Hotel do Carmo, instalado no Santo Antônio, que tinha tudo para ser um oásis turístico em meio à crise do Pelô, também sente o baque pela ausência de visitantes. Os próprios funcionários do hotel estão cabisbaixos, com receio das demissões por não terem o que fazer. Os corredores de pedra do antigo convento estão vazios, e poucos turistas se arriscam a pagar algo em torno de R$2 mil para uma diária numa das suítes de luxo. Não são poucos os casos de visitantes que são assaltados e que reclamam de extorsões.

“Os turistas não se hospedam em um lugar por causa do hotel, mas pelo que tem em torno dele”, diz o próprio gerente geral do grupo Pestana, ao qual pertence o Hotel do Carmo. Paulo Dias admite a grande baixa na ocupação, mas não revela em números quanto o movimento caiu. Em vez de dar ênfase aos problemas, prefere apontar soluções e conclama a iniciativa privada a investir junto com os órgãos públicos. “Os empresários podem e devem ajudar. Nós temos que tomar as rédeas, e já”, conclui.

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Esperança de reviravolta

Apesar da crise, há os que apostam que o Pelourinho está prestes a retomar os seus melhores dias. A criação do Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador trouxe um alento porque se propõe a elaborar projetos para reerguer o local. Um novo calendário de eventos, apresentado pelo Pelourinho Cultural, já é colocado em prática. Questões como segurança, limpeza e iluminação têm sido revistas e diagnosticadas. “Acredito que, dentro de mais algum tempo, estaremos saindo deste marasmo”, aposta o presidente da Associação da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), Luiz Blanc.

Entre as medidas imediatas está previsto o ordenamento do espaço público, com recadastramento rigoroso dos ambulantes. Na liderança do ranking de reclamações, os representantes da categoria foram chamados a uma reunião com a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) e a coordenadora do Escritório de Referência, Beatriz Lima. A promessa é de aumento da fiscalização e uma melhor capacitação. “Disse a eles que eles não podem se confundidos com marginais”, observa Beatriz. De investimento concreto, por enquanto, o governo do estado fechou um termo de cooperação técnica com a Coelba para a mudança completa da iluminação das ruas e dos principais monumentos.

Vinte e dois imóveis entraram em processo de restauração e um estudo ambiental também está sendo concluído para dar um novo tratamento aos resíduos. Em uma das mais conhecidas localidades do Pelô, a Rocinha, serão criados projetos socioculturais e de reflorestamento de encostas. A coordenadora do Escritório de Referência coloca o Pelourinho no meio de uma crise nacional do turismo, diretamente relacionada com a questão do dólar, mas mantém firme as esperanças. Quanto à falta de atrações, ela diz que o problema está sendo superado. “Essa coisa de dizer que o Pelourinho não tem eventos é falácia. Estamos com uma programação extensa”.

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DESPEDIDAS

Depois da morte do velho Firmino do Bacalhau, seus filhos Everaldo e Ivani Araújo tomaram a frente do estabelecimento, localizado no Cabula. Ainda na década de 70, ficou conhecido como o melhor bacalhau da capital baiana. Sua fama correu mundo e uma filial foi aberta na Rua das Laranjeiras, uma das mais movimentadas do Pelourinho. Mas o movimento caiu e apenas a matriz continua na ativa. Apesar da decepção, Everaldo e Ivani ainda acreditam no retorno ao Centro Histórico. “Conhecemos o potencial do Pelourinho. Quando tudo estiver como antes, nós pretendemos voltar”, garantem.

A clientela de Marcos Rogger é basicamente estrangeira. O talentoso produtor de arte fotoplástica tem um pequeno ateliê na Rua Gregório de Matos, mas nos últimos anos adquiriu uma dívida de aluguel do espaço que chega perto de R$5 mil. Até outro dia, os quadros do artista faziam sucesso em países da Europa, África e Ásia. Mas a falta de movimento vai obrigá-lo a deixar o ponto que utiliza há seis anos. “Os turistas estão sendo enxotados daqui. Não tenho a mínima condição de continuar. Estou fechando”.

domingo, 22 de junho de 2008


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Pelourinho
Pelourinho é o nome do Centro Histórico da cidade do Salvador, capital do estado da Bahia, que possui um conjunto arquitetônico colonial (barroco português) preservado e integrante do Patrimônio Histórico da UNESCO.
O Nome
A palavra “PELOURINHO” se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. No Brasil colonial era principalmente usado para castigar escravos com chicotadas.